quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Civilizações

As civilizações ou culturas no sentindo amplo do temo são uma importante forma de identidade que existe na população mundial. Elas constituem uma identidade cultural bem mais ampla do que as diversas nações ou as etnias. As civilizações, portanto, abrangem geralmente vários povos ou nações distintas. Elas constituem agrupamentos de sociedade nacionais com determinados traços culturais em comum: origem dos idiomas, crenças religiosas, tipo de organização das famílias, etc. Uma civilização é a identidade cultural mais ampla de um povo A civilização Ocidental é herdeira dos antigos gregos e romanos. Teve inicio na Europa e atualmente é dominante em vários continentes e grandes regiões da superfície terrestre, como na Europa, América Anglo-Saxônica, Austrália e Nova Zelândia, onde essa civilização existe em sua forma típica ou inquestionável. O papel da religião na cultura ocidental é relativamente pequeno, existe um grande número de ateus e agnósticos, provavelmente muito maior do que em qualquer outra civilização. O ocidente só passou a conhecer a democracia e os direitos humanos quando se libertou do domínio da religião, no século XVIII. Com o desenvolvimento do capitalismo, nascido na Europa a partir do comércio, a civilização ocidental sofreu profundas modificações e se expandiu para todo o globo.
            A civilização Ocidental produziu obras grandiosas, como unificou o planeta, encurtou distâncias com o desenvolvimento dos meios de transporte e de comunicação, etc. Mas também, causou a grande maioria dos problemas que atualmente afetam a humanidade, como a poluição, armas atômicas, as enormes desigualdades sociais, etc. 
            A civilização Islâmica, abrange atualmente uma imensa região que vai da Turquia, na parte leste da Europa, até o Paquistão e Bangladesh  no sul da Ásia, incluindo também o norte da África. A área onde a cultura islâmica é mais forte e estabelecida, contudo, é o Oriente Médio ou Sudoeste Asiático. O elemento unificador dessa civilização é a religião muçulmana. Os princípios fundamentais dessa religião são: a reza obrigatória cinco vezes ao dia, de cócoras e com o rosto voltado em direção a Meca (cidade sagrada), ir até a Meca pelo menos uma vez na vida, o jejum obrigatório durante o Ramadã e o dizimo ou doação obrigatória de uma parte de sua renda aos pobres. Durante muito tempo, o mundo islâmico rivalizou com o Ocidente, não apenas conquistando terras e povos, mas também desenvolvendo uma rica cultura. A civilização islâmica é a mais forte nos países árabes, no Irã e em algumas nações vizinhas ao Oriente Médio.

            A civilização negro-africana abrange toda a região sul do deserto do Saara, portanto, a maior parte do continente africano. Calcula-se que existam nessa área oito civilizações principais, cada uma delas abrangendo inúmeros povos, de idiomas e costumes diferenciados, mas com características importantes em comum. Mas a família nas civilizações negro-africanas não é nuclear (pais e filhos) como a ocidental. Ela é formada por um imenso conjunto de centenas de indivíduos que incluí os primos e seus parentes, avós, sobrinhos, cunhados e seus parentes, etc. Os afro-descendentes espalharam-se pelo mundo através do tráfico negreiro causado pelos europeus que levavam essa mão-de-obra para a América.


           A civilização oriental ou sínica abrange, além da China, alguns países e regiões vizinhas no continente asiático.A civilização chinesa é uma das mais antigas, desenvolveu um rico sistema de linguagem, especialmente a escrita, e filosofias com grande significado religioso, político e até ecológico. Valoriza muito a nação e o Estado, a família, a cultura, a relatividade das coisas e a história vista como ciclos, e extrema valorização da escola e do professor, típica dessa cultura. O que impressiona muito na civilização oriental são as comidas típicas, que são muito diferentes das ocidentais.


           A civilização hindu ou indiana Abrange a Índia e alguns países vizinhos. O hinduísmo, uma mistura de religião e filosofia, é o elemento unificador dessa cultura bastante diversificada. Para alguns especialistas, o hinduísmo não é propriamente uma filosofia nem uma religião bem definida.A fonte espiritual do hinduísmo encontra-se nos Vedas, uma coleção de antigas preces, hinos e poemas, que foram elaborados provavelmente por sábios anônimos e transmitidos durante muito tempo oralmente, antes de serem escritos. Em síntese, os Vedas  ensinam que todas as coisas e acontecimentos são manifestações diversas de uma mesma realidade, que existe dentro de cada um e no Universo com um todo. Também a crença na transmigração da ou do carma de cada pessoa, isto é, a existência numa época como ser humano de uma casta, ou de outra casta na geração seguinte. Como peixe ou vaca em outra encarnação, etc. É fundamental nessa cultura, razão pela qual a própria vida humana não é tão valorizada quanto no Ocidente. Existem inúmeros deuses no hinduísmo, que variam conforme a área e o grupo étnico. Mas todos eles, afinal de contas, são apenas um ou este assume formas diversas nessa imensa região, o hinduísmo chegou mesmo a considerar Buda, assim como Alá e Cristo, mais uma das facetas de seu deus ou essência última de todas as coisas. Gandhi, o grande líder da independência indiana do domínio britânico, programou durante várias décadas uma estratégia denominada “resistência pacifica”, profundamente inspirada nos valores tradicionais do hinduísmo.  
       
          O sistema de castas é uma das principais, senão a mais importante, característica da sociedade indiana e de alguns países vizinhos no sul da Ásia, nos quais predomina religião hinduísta. Numa sociedade de castas, ao contrario, os valores mais significativos são os da hierarquia, e grupo (a família, a casta) é mais importante que o individuo. Não se definem pela riqueza ou pelas propriedades tampouco pela cor de pele das pessoas, seu significado varia de região para região dentro da Índia. Caracterizam-se por vários fatores: pureza e impureza, superioridade e inferioridade cultural e religiosa, profissão original ou habitual, casamentos endógenos, hábitos alimentares e de vestimenta, etc.    Nos dois extremos do sistema de castas, temos os brâmanes, originalmente sacerdotes, considerados superiores ou mais puros, e os intocáveis ou párias, servidores considerados impuros e inferiores, que, no meio rural, moram em casebres separados das aldeias, não podem usar a mesma água ou poço que os demais, não podem se banhar  no rio Ganges, considerado sagrado, etc.  


terça-feira, 10 de setembro de 2013

O Brasil como novo destino

    As migrações sempre fizeram parte da história da humanidade. O acompanhamento dos movimentos migratórios é uma ferramenta importante em demografia. Existem várias razões que levam as pessoas a migrar, mas a principal delas é econômica – a busca por melhores condições de vida e trabalho. As pessoas migram também para escapar de perseguição religiosa ou política, guerras ou de calamidades naturais, como terremotos, secas e epidemias.
    O sentido rotineiro das migrações é sempre dos países mais pobres para os mais ricos, por pessoas que buscam melhores condições de vida. Porém, ele é bastante permeado pelo interesse dos países: quem precisa de mão de obra busca, quem tem de sobra oferece. Atualmente cresce o número de migrantes com alta qualificação profissional: Países desenvolvidos buscam profissionais nas nações em desenvolvimento, principalmente para as áreas de tecnologia e saúde, que é conhecido como “caça aos cérebros”.
    O Brasil foi um dos principais destinos dos imigrantes europeus no século XIX devido as mudanças na agricultura, que geraram êxodo rural, desemprego e pobreza. Esses imigrantes substituíram a mão de obra nas lavouras de café quando houve a libertação dos escravos.
   Atualmente, com a imagem favorável do país no exterior e o bom momento de crescimento econômico, em meio a uma crise econômica internacional e as guerras e conflitos, o Brasil tornou-se uma rota de interesse e refúgio. Como resultado disso, há também um significativo retorno de brasileiros que haviam partido para o exterior.

   Tradicionalmente, a taxa anual de imigração e emigração no Brasil é relativamente estável. Mas ocorrem picos esporádicos de entrada e saída. O mais recente episódio é a entrada mensal de centenas de haitianos pelas fronteiras do país com Bolívia, Peru e Equador, devido ao terremoto que abalou o Haiti e destruiu sua capital, Porto Príncipe, em 2010.
   Os brasileiros também têm migrado menos internamente. São razões para isso a lenta redistribuição das indústrias para outras regiões, o avanço da urbanização e o surgimento de novos polos de desenvolvimento, em cidades médias de todas as regiões, que diminuem o poder de atração das grandes regiões metropolitanas, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.





Alecssander Machado
Pedro Forti

Fonte: Revista GE Atualidades - 2º Semestre de 2013.